segunda-feira, 7 de julho de 2014

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO DJORDANA BOMBARDA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E LINGUAGEM









ADMIRÁVEL MUNDO NOVO






Resumo crítico do Filme Admirável Mundo Novo, sob a orientação da Profª  Drª. Sandra Luzia Wrobel Straub para obtenção parcial de nota no V Semestre de Pedagogia.

ACADÊMICA: DJORDANA BOMBARDA












SINOP/MT
2014/01
O filme Admirável Mundo Novo relata uma reflexão sobre a condição humana e todo o relativo progresso que a humanidade tem alcançado neste curto espaço de tempo que vai da Revolução Industrial aos dias atuais. Se por um lado, as conquistas humanas são uma maravilha que nos assombra, por outro, corremos sérios riscos de hipervalorizar tais conquistas e esquecer os limites da dimensão humana.
Observando a rapidez com que as inovações têm se sucedido é impossível não compararmos esse nosso mundo atual com o Admirável Mundo Novo idealizado há cerca de 70 anos. Huxley profetizou uma civilização de excessiva ordem onde todos os homens eram controlados desde a geração por um sistema que aliava controle genético a condicionamento mental, o que os tornava dominados pelo sistema em prol de uma aparente harmonia na sociedade. Não havia espaço para questionamentos ou dúvidas, nem para os conflitos, pois até os desejos e ansiedades eram controlados quimicamente no sentido de preservar a ordem dominante.
O futurismo de Huxley nos faz refletir sobre os caminhos da nossa civilização,  afinal, algumas profecias tornaram-se realidade. Em Admirável Mundo Novo há perda total da individualidade pelo coletivo, determinada por fatores genéticos e condicionamento constante, controlada pelos donos do poder. Outras realidades sonhadas por Huxley vieram à tona: a revolução informática alterou profundamente o sistema de comunicações no planeta e na própria genética.
 Vivemos na era da informática e da robótica e o planeta Terra transformou-se, numa aldeia global com os avanços da internet. Contraditoriamente, não conseguimos dialogar com as pessoas com quem vivemos, com nossos vizinhos. O homem torna-se cada vez mais solitário. A internet eliminou distâncias, porém, não superou o preconceito, as diferenças sociais gritantes, os conflitos étnicos, as lutas e classe e pelo poder.
A tecnologia avançou, mas ainda não possibilitou empreender tamanha façanha. Estamos adormecidos para os problemas gerados pela degradação do meio ambiente, embora surjam inúmeros grupos ecológicos. Por outro lado, fica a pergunta: quais os limites da liberdade humana ? Se temos que pagar um preço quem deve começar?  O controle da natalidade é necessário, mas quem vai abrir mão do direito à fertilidade ? Recorreríamos ao pesadelo do Admirável Mundo Novo, para nos espelhar e construir uma civilização, onde a maioria dos seres humanos fossem estéreis? Aos nossos olhos parece abominável conceber tal civilização. Ou será que não? Ou será que nossos bisnetos, quem sabe até mesmo nossos netos, não vão encarar isso como normal ?
Huxley nos oferece uma visão geral das razões da estreita correlação entre gente em excesso, gente que se multiplica rapidamente, a formulação de filosofias autoritárias e o nascimento de sistemas totalitários de governo. A superpopulação conduz à insegurança econômica e à intranquilidade social. Intranquilidade e insegurança conduzem a um maior controle por parte dos governos centrais e a um aumento do poder deles.
O filme não aprofunda o raciocínio em termos econômicos, dá apenas algumas pistas. Seu raciocínio ficou quase inteiramente restrito ao campo científico, porém não podemos deixar de nos questionar, enquanto pertencentes a um país subdesenvolvido, qual seria o seu paradigma para diferenciar “camadas superiores” da população de “camadas inferiores”? Não estaria aí implícita a ideia de raças superiores e inferiores?
Admirável Mundo Novo é atual ao refletir sobre a falência dos pequenos diante dos grandes e a quantidade de poder que se concentra gradativamente nas mãos de poucos, como fator preocupante. Tomemos os oligopólios e os quartéis que têm sido formados pelas empresas multinacionais.  Huxley atribuía essa concentração à tecnologia moderna: Vemos, pois, que a tecnologia moderna tem conduzido à concentração do poder econômico e político, e ao desenvolvimento de uma sociedade controlada pelo Alto Negócio e pelo Alto Governo.
É assustador, mas dispomos de tecnologia e de conhecimentos científicos que tornam perfeitamente provável a fabricação dessa espécie de “semi-homem”, que tanto horrorizou o Selvagem, no Admirável Mundo Novo. O clone é uma realidade a nos pesar sobre as cabeças. Faz-nos questionar até que ponto podemos ir?  Quais os limites do homem? O biologicamente possível é eticamente correto?
Huxley desvenda a propaganda numa sociedade democrática, demonstrando como ela pode ser extremamente manipuladora. Estabelece a diferença entre a propaganda racional e a irracional. A primeira conduz à reflexão, à consciência e à verdade, a segunda utiliza-se das paixões cegas, dos medos inconscientes do expectador para, através da mentira para engana-lo. Para ele, a comunicação com as massas, “não é boa nem má, é simplesmente uma força” que pode ser bem ou mal usada. Assim como desvenda a linguagem simbólica utilizada nos comerciais, que visam atingir o ponto fraco de seu público alvo, principalmente no campo da propaganda política. Os vendedores de política apelam apenas para a fraqueza dos eleitores não para sua força potencial. O mecanismo de “dominação das massas” pode ser questionado atualmente sob o ponto de vista da sua eficácia diante da enorme mobilização nacional nas eleições.
Como Huxley e tantos outros, tentamos imaginar a civilização do futuro. Desse modo, é impossível não deixar de se questionar: E o futuro? Será o pesadelo da excessiva falta de ordem, em que, ainda, vivemos ou da ordem em excesso da “fábula” de Huxley?  Ou talvez, “o nada”? A extinção da raça humana numa guerra nuclear?
Admirável Mundo Novo conta-nos sobre um futuro que já não me parece mais tão distante. Nele não existem mais pais e mães, inclusive sugerir isso chega a ser uma das piores ofensas que se pode dizer a alguém. Todos os seres humanos são criados em laboratório. Eles são selecionados, manipulados biologicamente, condicionados de forma a pertencer a uma determinada casta e estarem felizes com isso. 
Tudo o que é longo e duradouro é duramente criticado. A felicidade e o prazer devem ser instantâneos. Por esse motivo, conceitos de famílias são tidos como vulgares. Todos são de todos e se prender a uma única pessoa é algo quase obsceno e não é bem visto pela sociedade. Admirável Mundo Novo é um livro atual, que fala de uma sociedade com valores invertidos, onde famílias e laços não mais existem, onde prazer e as sensações estão acima de tudo, onde as frustrações são abafadas por drogas e onde a falsa ideia.
Uma das coisas que chamou atenção que acontece muito foi a atitude de Bernard, que antes, quando rejeitado pela sociedade, questionava-se em relação a ela, mas depois na ânsia de ser reconhecido, toma atitudes para que ela o aceite. Apesar de contraditório, quantas pessoas não agem da mesma maneira?









Nenhum comentário:

Postar um comentário