DISCIPLINA:
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR
PROFESSORA:
SANDRA LUZIA WROBEL STRAUB
ACADÊMICA:
VANUZA TATIANI LOURENÇO
V
SEMESTRE PEDAGOGIA
1
TEMA
A
CRIANÇA AUTISTA NO CONTEXTO ESCOLAR
2
CERTEZAS PROVISÓRIAS
· A
criança autista aprende mesmo com autismo;
· Existe
dificuldade de interação professor/aluno autista
3
DÚVIDAS TEMPORÁRIAS
· Há
atividades específicas para a aprendizagem da criança autista?
· Quais
as limitações do autista?
· Como
interagir com a criança autista?
4
JUSTIFICATIVA
O tema justifica-se
pelo fato da inclusão escolar estar mais frequente na atualidade, sendo assim,
o pedagogo deverá ter o conhecimento sobre algumas síndromes para assim
elaborar da melhor maneira suas aulas com estratégias a garantir a aprendizagem
de determinado aluno. A curiosidade pelo tema surgiu quando durante um estágio
fui surpreendida por uma criança autista e então a observei nos dias que estive
na escola.
5
OBJETIVO GERAL
· Compreender
como o professor desenvolve as práticas pedagógicas com a criança autista.
6
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Identificar
as dificuldades do professor ao desenvolver atividades com uma criança autista;
· Verificar
como acontece a aprendizagem na criança com autismo;
· Identificar
como ocorre a relação da criança autista com as demais crianças;
· Relacionar
as atividades desenvolvidas pelo professor com a criança autista.
7 ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA
ENTREVISTA
1. Qual
sua primeira reação ao ter uma criança autista na sua turma?
2. Como
você desenvolveu as atividades pedagógicas com a criança autista? Se houve
dificuldades quais foram?
3. Dentre
as limitações do autista qual a mais complicada de administrar?
4. A
criança autista tem dificuldade de interação social, sendo assim, como era seu
relacionamento com determinado aluno? E os demais alunos da turma como reagiam?
5. Você percebeu desenvolvimento da criança
autista? Em que aspectos?
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MEDOTOLOGIA
A presente pesquisa se
enquadra numa abordagem qualitativa com fontes bibliográficas que sistematizam
sobre o tema. Ainda em relação à coleta de dados, a pesquisa será executada
tendo como técnica o uso de entrevista utilizando câmera fotográfica.
Será realizada no
Colégio Jean Piaget, localizado no município de Sinop-MT na Avenida Jacarandás
n° 667, Jardim Jacarandás. Será sujeito desta pesquisa uma professora de
Educação Infantil, mais precisamente, do Jardim II.
9
REFERENCIAL TEÓRICO
Em
primeiro lugar é preciso entender o autismo e suas principais características,
a primeira descrição dada ao autismo infantil foi dada por Kanner em 1943, onde
crianças autistas eram as que tinham inaptidão para estabelecer relações
normais com o outro, um atraso na aquisição da linguagem e, quando esta se
desenvolvia, havia uma incapacidade de lhe dar um valor de comunicação.
(Leboyer 1995). Conceituou-se que:
Essas crianças
apresentam igualmente estereotipias gestuais, uma necessidade imperiosa de
manter imutável seu ambiente material, ainda que deem provas de uma memória
frequentemente notável. Contrastando com esse quadro, elas tem, a julgar por
seu aspecto exterior, um rosto inteligente e uma aparência física normal.
(LEBOYER, 1995, p. 9).
Após
a primeira descrição de Kanner surgiram numerosos autores tentando classificar
os itens de diagnósticos e definir a avaliação em crianças autistas, “não é
exagerado dizer que há na literatura quase tantas descrições do autismo infantil
quanto autores, cada um deles privilegiando o sintoma que lhe parecia
pertinente e o mecanismo que o explicava”. (LEBOYER, 1995, p. 12). Assim:
A síndrome do
autismo, atualmente, não é, portanto, definida com precisão e não há um acordo
total sobre os testes permitindo medí-la, nem a fortiori, sobre os sintomas que se possa considerar como primários
e aqueles que devem aparecer como secundários, e sobre o ou os mecanismos
responsáveis por ela. (LEBOUER, 1995, p. 14).
Apesar
da dificuldade de alguns profissionais em definir o autismo por causa dos
diferentes níveis, graus de deficiência e sequelas, segundo Leboyer (1995) a
incapacidade de desenvolver relações interpessoais ocorre na primeira infância,
caracteriza-se por uma falta de reação e interesse aos outros, não manifestam
apego normal. Tais dificuldades se manifestam:
Pela ausência de
uma atitude de antecipação (ao dar colo a essas crianças, elas assumem, ao
contrário do esperado, uma postura rígida); pela ausência de contato visual e
pela ausência de resposta de sorriso e de mimica. Mais precisamente, a criança
autista não utiliza o contato visual para chamar a atenção, além disso há
ausência, atraso ou cessação do sorriso em resposta aos sorrisos dos outros. A
criança é indiferente aos outros, ela os ignora e não reage a afeição e ao
contato físico. A ausência de apego seletivo é particularmente característica:
a criança não parece distinguir os pais dos adultos estranhos. As pessoas que
dela se ocupam podem ser tratadas com indiferença, como se elas fossem
permutáveis. O autista se comporta mais frequentemente como se estivesse só, como
se os outros não existissem. Mais ainda, as crianças autistas não procuram ser
acariciadas e não esperam ser reconfortadas pelos pais quando tem dor ou quando
tem medo. As vezes, elas se interessam por uma parte do outro, sua mão, um
detalhe do vestuário. (LEBOYER, 1995, p. 15).
Em
se tratando da comunicação, para Leboyer (1995) a linguagem da criança autista
é retardada e quando se desenvolve há uma diferenciação no som, na entonação,
no ritmo e geralmente não há possibilidade de um diálogo. Geralmente só
executam comandos simples e não são capazes de atribuir um valor simbólico aos
gestos. Outra característica é que quando uma criança autista quer atingir um
objeto, pegam a mão ou punho de um adulto, eles nunca apontam, gesticulam ou
fazem mímica para pedir o que desejam.
Outras
percepções sensoriais como o tocar, o olfato ou o paladar, são também
perturbadas. Ela pode ter respostas excessivas ou atenuadas ao tocar, a dor, a
temperatura (...). Finalmente, há uma fascinação pelos movimentos giratórios
(...). Geralmente os autistas realizam melhor as tarefas que exigem aptidões
motoras, visuo-espaciais e mnêmicas, que aquelas que exigem aptidões
intelectuais ou verbais (...). Entretanto, é necessário ressaltar que alguns
autistas atingem desempenho excepcional em domínios como a música, a mecânica
ou a matemática. (LEBOYER, 1995, p. 22, 23, 24).
Sendo
que, “é clássico dizer que os autistas tem uma boa memória de curto prazo,
memória de repetição, memória de ritmos. Mas precisamente, os autistas teriam
melhores desempenhos no que concerne a memória auditiva que a memória visual.”
(LEBOYER, 1995, p. 147).
Depois
de conhecer algumas características do autismo, o professor terá que observar e
estar atento às particularidades do seu aluno autista para assim iniciar o
processo de aprendizagem. O método de ensino mais conhecido para crianças
autistas é o método TEACCH, desenvolvido na década de sessenta nos Estados
Unidos. O método TEACCH “avalia a criança e determina seus pontos fortes e de
maior interesse, bem como suas dificuldades e assim monta um programa
individualizado. Baseia-se na adaptação do ambiente para facilitar o
aprendizado e assim a autonomia do aluno autista”. (MEC, 2004, p. 9).
De
acordo com o MEC (2004) o ponto de partida é a chamada tríade de dificuldades:
comunicação, interação social e uso da imaginação, os autistas tem maior
facilidade de relacionamento com o universo concreto do que com o abstrato. É
preciso que lhe seja ensinado quase tudo o que uma criança normal aprenderia
espontaneamente por meio de observação e experiência. Sendo assim:
Utilize todos os recursos disponíveis para ensinar,
computadores, livros, músicas. Observe os interesses da criança, e utilize-os
como motivadores para facilitar a aprendizagem, penetre no mundo autista para
entender como esta criança aprende. Para muitas destas crianças o estímulo
auditivo, visual ou tátil pode ser muito reforçador e controla o comportamento
de atenção da criança durante as atividades. (SOARES).
O
desenvolvimento da criança autista é distinto uma da outra, porém o professor
deve garantir o desenvolvimento global desse aluno assim como os demais. Por
ser criança, não se pode esquecer que as atividades devem conter a ludicidade
para que haja o interesse e o envolvimento da mesma, uma atividade livre pode
deixá-la ainda mais isolada e não ter significado algum. É preciso construir um
sistema de comunicação e linguagem, estabelecer relações mesmo que isso seja
uma tarefa complicada e que leve um longo prazo para se efetivar. (MEC, 2004).
É fundamental ter um material adaptado que facilite a
aprendizagem e ajude a criança a ficar atenta e realizar as atividades com
motivação e atenção, dispensando a ajuda intrusiva do professor. Por exemplo,
ao observar que a criança se interessa por um determinado desenho animado
(pica-pau), o professor pode adaptar atividades de matemática com imagens desta
animação para a criança parear com os números. Outra mudança importante, além
da confecção do material, é a disponibilização no ambiente de dicas visuais,
ordem e previsibilidade são muito importantes, as pistas visuais irão ajudar a
criança a prever os efeitos do seu ambiente e reduzir o medo do desconhecido (quadro
de rotina, cartolinas com palavras escritas),dicas auditivas (vinhetas que
cantem o que a criança precisa fazer, instrução verbal),dicas gestuais(gestos
que indiquem o que a criança precisa fazer) e por fim dicas físicas(o professor
pega na mão da criança para ela poder realizar a atividade),é importante
salientar que essas dicas devem ser retiradas gradualmente para garantirmos a
independência nas atividades. (SOARES).
Neste
contexto,
O grande desafio
na construção do conhecimento é a integração das habilidades adquiridas.
O processo que
conduz a essa integração passa pela estimulação simultânea do desenvolvimento
em todas as áreas, mesmo que cada área se encontre em um ponto inicial distinto
de desenvolvimento, e pela relação dessas habilidades com as questões da vida
diária. (MEC, 2004, p. 20).
Para
Soares, algumas dessas crianças apresentam birra exagerada, a criança apresenta
dificuldade para se acalmar desencadeando comportamentos
autolesivos/destrutivos. Nesse caso é importante investigar a causa de tal
comportamento e o professor necessita manter a calma, não se alterar e
redirecionar a atenção do aluno para algo que ele goste.
É
considerado 2 de abril dia mundial de conscientização do autismo. Segundo a ONU
estima-se que o autismo atinja 2 milhões de brasileiros e que exista 70 milhões
de pessoas com autismo no mundo. Sendo que (PAIVA) a cor que define o autismo é
o azul e o símbolo é uma fita colorida (quebra-cabeça) que significa os
mistérios, as dificuldades e a complexidade da síndrome e os autistas adoram
quebra-cabeça.
REFERÊNCIAS
BRASIL.
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas de aprendizagem
autismo. Brasília-DF, 2004. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000436.pdf.
Acesso em: 24 de abr. de 2014.
FOLBERG, Maria Nestrovsky, CHARCZUK, Maria
Solange. Crianças psicóticas e autistas:
a construção de uma escola. Porto Alegre: Mediação, 2003.
LEBOYER,
Marion. Autismo infantil: fatos e
modelos. 2.ed. Campinas-SP: Papirus, 1995. (Coleção Educação Infantil).
MANTOAN,
Maria Tereza Égler. A integração de
pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São
Paulo: Editora Senac, 1997.
PAIVA,
Junior. Brasil é destaque no dia mundial do autismo, 2 de abril.
Disponível em <
http://corautista.org/brasil-destaque-no-mundiial-do-autimos.html>. Acesso
em: 23 de abr. de 2014.
SOARES,
Neide. Recebi um aluno autista na minha
sala de aula: o que fazer? Disponível em: < http://www.projetoamplitude.org/com-a-palavra-amplitude/recebi-um-aluno-autista-na-minha-sala-de-aula-o-que-fazer/.
Acesso em: 24 de abr. de 2014.
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